A Cerveja na Europa
Vimos no texto anterior a evolução da cerveja no Orient. Agora vamos falar de alguns locais na Europa que também adotaram a cerveja como sua principal bebida.
Na Gália (conquistada totalmente no ano 52 a.C.), tradicionalmente consumidora de cerveja, a influência do vinho romano atingiu sobretudo as elites. De acordo com Possidónio, “a bebida consumida nas casas ricas é o vinho trazido da Itália (…). Porém, entre os habitantes mais necessitados, é bebida uma cerveja feita de trigo, à qual é acrescentado mel; a massa do povo bebe-a sem mistura. Chamam-lhe corma.” Contudo, os gauleses passaram de importadores a produtores de vinhos de novas qualidades e muito apreciados em Roma; em 91 d. C., o imperador Domiciano chegou a ordenar a destruição de metade das vinhas gaulesas para proteger a produção romana.
Mas o vinho das regiões romanas não se impôs aos povos que ficaram fora do Império. A cerveja permaneceu a bebida eleita nas regiões nórdicas, fato confirmado pelas lendas e mitologias locais. Na saga poética finlandesa Kalevala, contam-se 400 versos dedicados à cerveja. No Edda, outro relato épico nórdico, o vinho é apresentado como a bebida dos deuses, a cerveja é reservada aos mortais, e o hidromel é apresentado como próprio dos habitantes do reino dos mortos.
Já no leste europeu, fronteira com as estepes asiáticas, de terras ácidas, providas de centeio e aveia, a bebida mais consumida era o kvass, tipo de cerveja ligeiramente alcoólica, obtida pela fermentação daqueles cereais. Bebê-la se tornou hábito dos camponeses eslavos. A tradição do kvass familiar e campestre se mantém ainda hoje, sendo possível encontra-lo por toda a Rússia e pelos países formados após a extinção da União Soviética. A braga é outro tipo de cerveja similar ao kvass, e com muitas tradições no leste europeu.
Com informações do site Cervejas no Mundo